8.11.10

Autópsia desta época

Queria começar por pedir desculpa pela minha longa ausência deste mui nobre espaço aos meus fiéis leitores (sim, vocês dois, olá mãe, olá pai) mas tenho tido uma dose francamente generosa de trabalho.
Até Outubro estive ocupado essencialmente com planeamento, tentando antecipar tudo, sabendo que, mesmo assim, há muita coisa para acertar no momento de concretização.
Nas últimas semanas, já mais ocupado a concretizar vários projectos, a decidir os detalhes, a lidar com os imprevistos.

Pois planeamento é actividade desconhecida lá para os lados da Av. General Norton de Matos.

Um dos motivos, parece-me, é falta de informação.

Quer Vieira, quer Jesus, desconheciam que se realizava um Campeonato do Mundo e/ou que havia jogadores convocados para esse torneio. Só isso pode justificar a surpresa de terem contado com jogadores mais tarde e, surpresa das surpresas, em má forma.

Outra falha de informação levou com certeza Jesus a pensar que o SLB, para além de Maxi, Luisão, Amorim, Coentrão e Cardozo, também terá levado ao Campeonato do Mundo Javi, Saviola e Aimar, dado que estes, pela forma com que (não) se apresentaram nos primeiros jogos a doer, pareciam ter passado o verão a jogar 10 jogos, todos eles com prolongamento.

Juntemos outra enorme surpresa, o interesse súbito de grandes clubes em Di Maria e Ramires, e as ofertas que bateram as cláusulas de rescisão, o que impossibilitou de todo a sua substituição.

E ainda outras surpresas: Quim foi convidado a sair e saiu e o Roberto não tinha resistência mental para ocupar a baliza de um clube com o SLB, o que é estranho dada a sua passagem pelas reservas do Atlético de Madrid e pelo posto titular do poderoso Saragoça.

E ainda mais: Jara não tem características para ocupar o lugar de Saviola, Gaitan prefere jogar no meio e não nas pontas, Luis Filipe, o segundo lateral direito do SLB, não é um bom lateral direito, Fábio Faria, contratado este ano para lateral esquerdo, não é um bom lateral esquerdo e Sidnei, que jogou a pré-época toda ao lado do David Luiz, joga menos do que um Luisão com a forma física do Pacheco Pereira.

Em resumo, o SLB só não tratou:
- de preparar jogadores para ocuparem os lugares dos jogadores que estiveram no Campeonato do Mundo até estes ganharem forma;
- da contratação de laterais (sim, sim, leva a taça fnv que a mereces);
- de contratar substitutos para o Ramires (especialmente) e do Di Maria.

Agravando a coisa, temos os detalhes. Os detalhes são fundamentais, decisivos, determinantes, e por aí fora. Por exemplo, o que se passa no video abaixo, entre o minuto e 34 segundos e o minuto e 38 segundos, torna o que poderia ser uma canção porreira numa grande canção. Porque aquele detalhe, aqueles 4 segundos, são os melhores 4 segundos de sempre da música pop/rock portuguesa.



O nosso treinador deve ter começado a mascar Gorilas fora de prazo, cagou para o detalhes e começou com discursos à Cruyff (no conteúdo, na forma manteve-se igual si próprio) e "amandou-se" para aquela tanga de pré-derrotado do "nós vamo-nos manter fiéis à nossa filosofia de jogo" - querendo isto dizer "eu vou ser absolutamente estúpido e ignorar a maneira como os outros jogam" - e toma lá dois do Shalke e mais dois do Lyon, em jogos em que o outrora auto-proclamado rei da táctica levou um banho de mangueira de pressão.

A cereja no topo do bolo ou melhor dizendo a mosca no topo da caca aconteceu ontem.

O gajo que "partantos, vamos ser fiéis à nossa ganda filosofia de jogo", espetou na boca com mais umas 5 Gorilas de mentol fora de prazo e pensou que estava no Felgueiras e nos anos 80. E promoveu a primeira marcação individual em solo português desde que o Andrade andou 90 minutos agarrado às cuecas do Del Piero.
E não contente com o facto de ter lixado simultaneamente o centro e o lado esquerdo da defesa ainda pôs a equipa a jogar em 4-4-2 clássico, com o Aimar a avançado, o que frente a uma equipa que mete 6 gajos no meio-campo quando não tem a bola (eu percebi esta merda dos 6 gajos a meio-campo - porque o Falcão também desce - não por ser um génio, o que a espaços sou, mas porque vi 10 minutos do porto-Beira Mar) obviamente que não daria assim grande resultado.

Como é que um gajo que diz que vê futebol a toda a hora faz esta merda toda é também uma grande surpresa. Mas como o gajo diz que passa noites a ver o campeonato brasileiro se calhar não lhe sobra tempo para ver jogos do Shalke, do Lyon ou do campeonato nacional.

Enfim, apesar de tudo não posso deixar de assinalar que o Jesus entrou para a história do SLB.
Não por ter ganho um campeonato (houve outros 17 gajos que conseguiram isso) mas por nos ter proporcionado uma humilhação histórica.

Depois da derrota de ontem, as únicas coisas que poderiam tornar esta época em algo menos do que vergonhoso seriam i) vitória na Liga dos Campeões ou ii) vitória no Campeonato ou iii) ganhar ao Porto na Luz por 6 a zero.

Assim de repente, parece-me que a época vai ser vergonhosa.

6.10.10

Da Alemanha nem bom vento nem bom casamento


Já se sabe que a Prússia comanda agora a União Europeia, dizendo às gentes meridionais como gerir a sua vida económica, financeira e futebolística.

O crescimento do Benfica é por demais evidente, rápido e determinado. Descompassado do nosso zeitgeist, récio a crescimentos excessivos. A contenção impõe-se; quem melhor que uma equipa de segunda categoria alemã para pôr cobro aos ímpetos de desperdício latinos?

Poder consentido é poder real.
Espero que se consinta menos e se consuma mais.
Pontos europeus.

Wembley awaits us.

schalke, 2 - Benfica, 0

18.9.10

Silêncio que se vai cantar a Guarânia


Era isso que faltava, a chamada de atenção para o inquietante ruído no estádio, que tem impedido um génio lento, de pernas e pensamento, de se concentrar e marcar um golinho. E aqueles ensurdecedores aplausos para o Roberto cada vez que ele olha para a bola sem desviar o olhar, num acto de coragem quase enternecedor, também não ajudam à concentração.

Mas imitar o Esqueleticozinho, antes de ele nos visitar, talvez não suscite muito boa vontade junto ao “universo benfiquista”; a não ser que seja um aquecimento para o golo que marcará ao Zbortén. Se assim for, todo o seu torpor não terá sido em vão, e os vinte cinco milhões ucranianos não farão falta.

Benfica, 2 – Hapoel Telavive, 0


Todo o homem tem o seu preço


É hoje impossível ler uma notícia sobre Roberto que não tenha o seu preço à frente.


A única coisa que peço é coerência. Nas próximas notícias sobre Sócrates escrevam "(...) acrescentou José Sócrates, que já nos está a custar 14,2 mil milhões de euros".

Obrigado.

13.9.10

Vox Populi


Este início de campeonato faz-me pensar que estou em coma e a ter sempre o mesmo pesadelo.
Não estou em condições de escrever sobre o que se passou na passada sexta-feira, não só pelo que referi acima mas também porque estou à espera que a chuva em Nova Iorque pare.
Mas como não quero quebrar a cadeia de comentários de jogos do SLB que sustenta o OSP, vou deixar aqui comentários avulso largados num fórum do "Público", com o imaginativo título (volta JMF que estás perdoado) "Arbitragens são explicação para mau início de época do Benfica?"., e numa notícia do Record "Águias não querem adeptos nos jogos fora de casa".

Há cinco anos que não vejo futebol by Veritás:
"motivos de queixa tem o SCP que viu validado um golo em falta do luisão, e que por isso perdeu o campeonato. "

Eu sou o Oscarre Uailde da Margem Sul by Setbubal
"Os analfabetos alienam-se com "éter"."

Não, não sou o Manuel Alegre, juro pela minha Pátria by Utilizador anónimo (mas registado)
"NÃO AOS ESTÁDIOS DOS OUTROS, 25 DE ABRIL NO FUTEBOL, A REVOLUÇÃO COMEÇOU HOJE."

Quando não bebo um branco velho de manhã escrevo assim by Edu Sousa
"Brutal. Benfica = Verdade e Qualidade. Porto = inveja = por isso e pela sua genética má, são corruptos e maus como ser humano de uma ponta à outra e aos que não estão com eles!"

E quando bebo escrevo assim by luis bento
"benfica gozou com povo de mação. fez um que pequno clube gastar dinheiro en restaurante,fez ir um autocarro ir ao estadio da luz para nada.e vem estes senhores dar moral"


Guimarães, 2 - SLB, 1

31.8.10

Há bens que vêm por mal


A questão é:
Quantos pontos irá o glorioso perder à pala daquele penalti mal marcado?


Um gajo cuja técnica de saída da baliza é semelhante à de uma galinha a tentar voar (e com resultados idênticos) passou a ser magnífico...

Se é por isso, ponham o Moreira (por isso, e por tudo o resto), que já nos safou de boas com as suas defesas a grandes penalidades.

Esta merda não é o Championship Manager! Não se vai pôr um catraio com descoordenação motora na baliza porque fomos cretinos o suficiente para fazer dele o oitavo GR mais caro da história do futebol. Somos o Benfica, caraças, não uma associação de reinserção social!

Disparatar no CM apenas tem com consequência desperdiçar um par de horas à frente do computador. O que, de qualquer forma, já está garantido.

Glorious One, 3 - V. Setúbal, 0

22.8.10

Waldir Peres

Andei eu, anos a fio, a proclamar que o problema do SLB era a falta de estabilidade, que deveríamos manter treinador (e no OSP o que eu defendi o Quique) e a maior parte do plantel, e quando conseguimos isso, e depois de ter sido campeões, ainda por cima, acontece isto: três derrotas em jogos oficiais seguidas.
Não me convenço com a justificação das saídas do Ramires e do Di Maria. Apesar do primeiro fazer muita falta, e não ter ainda substituto, já o segundo poderá ser substituído e para melhor pelo Fábio. E o Ramires não fez a Primavera do campeonato passado, nem por sombras.
O que se passa é que, como sempre, uma equipa constrói-se na defesa que foi o que nos
safou no principio do campeonato do ano passado.
Ora, tem sido isso mesmo que nos tem entalado este ano. Já levámos 4 batatas de bolas paradas. E em todos os jogos. E num deles com um frango que, não fosse isto uma coisa séria, poderia ombrear com os momentos mais cómicos de sempre.
Por muito que se evite simplificar, o gajo que está por detrás desta desgraça é o portero espanhol. Uma equipa até pode aguentar um avançado que se mexe menos que uma estaca mas não aguenta um tipo que, para fiscal de baliza, só lhe falta a bandeirinha.
E espero que o Jesus, que não é o Mourinho, nem sequer o Eriksson, convinha que lhe fossem dizendo, mesmo que devagarinho, não se ponha com merdas de querer apostar no Roberto ad nauseum para tentar demonstrar a impossibilidade da justificação de gastar uma balurdio naquele calhau de 1,92.
Porque nem o Brasil de 82 se aguentou com um mau guarda-redes. Nós - sem Zicos, Falcões, Junior ou Sócrates - muito menos.

Nacional - 2, SLB - 1

21.8.10

Este grupo já parece o Zborden, de tanta derrota


Os Anti-Quim já sofreram mais golos esta temporada de que o Quim toda a época passada. Deve ser da altura trapalhona.

10.8.10

Ainda bem que substituímos o Quim, livra...


...é que os jogos do Benfica eram muito aborrecidos, não havia emoção.

Agora, cada bola que se aproxima do meio-campo do glorioso dá um novo alento ao adversário, e o futebol sai a ganhar (mesmo que o Benfica perca).

O Quim, dizia-se, só defendia o que ia à figura. As bolas iam é muitas vezes à figura.
Olha, pelo menos no sábado evitaria ter o Demo a ganhar logo aos 3m, já que o oitavo guarda-redes mais caro da história nem as que vão à figura defende.

O Roberto poderá ter muitos defeitos, mas terá sempre uma virtude para quem o queira ver como tal, não é o Quim.

P.S. Já agora, porque não veio o Victor?
Talvez um passe baixo e salário alto não dê muitas comissões.

25.7.10

Força Roberto




Acrofobia

Manuel Bento: 1,74 cm
Vítor Damas: 1,82 cm
Michel Preud'Homme: 1,83 cm
Seep Maier: 1,83 cm
Peter Shilton: 1,85 cm
Rinat Dassaev: 1,86 cm
Vítor Baia: 1,86 cm
Julio César Soares: 1,86 cm
"Toni" Schumacher: 1,86 cm
Lev Yashin: 1,89 cm
Gianluigi Buffon: 1,90 cm
Roberto Jimenez: 1,91 cm



5.7.10

Dá para acabar com o mundial, sff?

Odeio mundiais. Mais precisamente, odeio mundiais desde 1990, ano em que comecei a trabalhar e, por conseguinte, a não ter tempo para gostar de mundiais. Porque, para se gostar de mundiais, para além de i) gostar de bola ii) perceber de bola, é preciso iii) ter tempo para se ver os jogos todos e repetir os jogos mais importantes (tipo 16 vezes o RFA-França de 1982).
É impossível gostar de um mundial sem tempo. Mas atenção, não sou um Luís Freitas Lobo, que disse no programa do Carlos Daniel (que Eusébio o proteja) não poder opinar sobre a Coreia do Norte porque só tinha visto os 6 (seis!) jogos da qualificação, e isto porque, apesar de ter filhas pequenas, ainda mantenho uma vida sexual relativamente activa, o que será impossível para quem se queixa de ver apenas 6 (seis!) jogos de qualificação de uma equipa que não interessa nem ao Carlos Daniel (que Eusébio o proteja).
Por falta de tempo, dizia eu, neste mundial eu não tenho opinião sobre 98% das equipas, incluindo dois dos semi-finalistas. Tenho sobre os espanhóis - são uns punheteiros - e sobre a Mannschaft, esta Mannschaft, que está ao nível das que apoiei em 1982 e 1986 (não apoiei a de 1990 porque não tive tempo, lá está), apesar de não contar com o Senhor Karl Heinz Rummenigge, um dos jogadores mais subvalorizados da história. Esta Mannschaft quase me fez gostar deste mundial até porque tem o Ozil que, não sendo um Senhor como o Senhor Karl Heinz Rummenigge, um dos jogadores mais subvalorizados da história, não sei se já vos tinha dito, é um daqueles superlativos jogadores que só faz o que é preciso quando é preciso e não punhetas à bola a toda a hora como fazem os espanhóis e o Messi, o maior punheteiro do mundo, quiçá de sempre, um tipo que, eventualmente, poderia ser digno de entreter com malabarismos o Senhor Karl Heinz Rummenigge, no belo jardim da sua impressionante mansão nos arredores de Munique. Sobre a selecção de Portugal também não tenho grande opinião, só tenho, para aqueles que querem correr com o Queiroz porque a selecção de Portugal deveria ir mais longe, isto para escrever: Costinha ou Petit ou fdp mais Rui Costa e Figo vs Pepe mais Raul Meireles mais Tiago. Não brinquem com isto, vão ver videos do Euro 2000 ao Youtube e depois deixem lá o Queiroz perder em paz.
Mas o que mais odeio em mundiais, desde 1990 inclusive, é estragarem-me o defeso. O maldito mundial dá noticias em barda e elimina a necessidade da especulação ou mesmo da mais pura e descarada mentira. Quantos jogadores é que neste defeso foram apontados ao SLB? Um, dois? Uma miséria. O que é isto? E ainda por cima o Bettencourt e o Costinha arranjam-me aquela cena do Moutinho e não há espaço para o destaque necessário, vital até, aos treinos do SLB. Quantos golos e quantos destes de forma acrobática após assistência do Gaitán marcou o Jara? Não sei. E porque é que não sei? Por causa do maldito mundial e dos gajos do Sporte. Quantos clubes já fizeram propostas pelo Cardozo? Nenhum? Eh pá inventem como se estivéssemos em 2009 ou 2011.

Esta época vai começar coxa. E nem o facto de Sporte parecer o SLB de há 10 anos, apresentando o Maniche e outro gajo qualquer como apresentámos o Drulovic e o João Manuel Pinto, enquanto o Bettencourt afiançava que o Sporte iria ser um clube tão grande na europa como as bochecas do Maniche na sua própria cara, atenua a ausência de um defeso de jeito.

Para aliviar esta dor, só mesmo começando por dar três ao Villas-Boas (acho que o menino usa hífen, será que vai tratar o João Pinto por você?). Ou melhor, 3 a 1, com o 1 marcado pelo Moutinho.

Então até depois. E que a Mannschaft ganhe aquilo, o Klose ultrapasse o Ronaldo e o Ozil ganhe a Bola de Ouro. Mal por mal que ganhem os óptimos.

8.6.10

Este é que não, ó chefes

Estão a toda a brida as discussões sobre as inevitáveis vendas do glorioso.

Ok, I can live with that. Apenas queria deixar claro: todos menos o Cardozo.

Eu sei que não tem a manha do Saviola, a arte do Aimar, a insensatez imprevisível do Di Maria, o coice de mula do Javi, a feroz agilidade do David Luiz ou a versatilidade defensiva-atacante do Ramires, mas…marca golos.

E isso não é despiciendo. Estivemos quinze anos a suspirar por um goleador e, agora que temos um, já ansiamos por mais quinze anos de suspiração. Que não é artista, que só tem pé esquerdo, que se “limita” a garantir entre vinte e trinta golos por época, tudo é argumento para o desvalorizar.

Mal ou bem, Aimar terá o apoio de Carlos Martins nas suas ausências (e o Gaitan vem aí);

Coentrão não desmerece Di Maria (antes pelo contrário) e Urreta não desmerece Coentrão como suplente;

Javi Garcia pode ser substituído pelo robusto Airton ou o inteligente Ruben, que pode ser o substituo defensivo de Ramires, que poderá ter em Carlos Martins o seu substituto ofensivo;

Saviola, bem, esse é duro, mas ele acabará por sair e mais vale ganhar dinheiro com ele, Jara vem aí, e é mais fácil encontrar um parceiro de goleador principal do que….um goleador principal;

David Luiz, outro duro de substituir mas inevitável de sair, tem em Sidnei e Fábio Faria decentes seguidores;

Mas marcar dezenas de golos, isso é difícil de substituir.

Conservem Cardozo, tratem-no bem, que fique mais seis ou sete temporadas. São cento e cinquenta golos garantidos.


P.S. A não ser que venha o Huntelaar, o Luis Garcia, o Love, .....

10.5.10

Parecia um filme americano



No fim, ganharam os bons!

Benfica, 2 - Rio Ave, 1

Benfica, 32 - Demo B, 0

2.5.10

Adiamento

Só vou escrever sobre o jogo de hoje lá para quarta-feira porque hoje só me apetece escrever asneiras.
Mas ainda assim deixo já quatro críticas:
- à Sportv por, entre os cerca de 1.200 futebolistas vivos de ambos os clubes, ter escolhido o William e o Secretário para comentadores (um especialista sobre a passividade defensiva e outro sobre remates no escroto);
- ao Jesus por não ter convocado o Di Maria e o Cardozo;
- ao Jesus novamente por, quiçá inspirado pela S&P, ter transformado o melhor ataque em Portugal dos últimos 20 anos num ataque especulativo;
- à sorte, ao destino, a Deus, e por aí fora, por me andarem a fazer sofrer - eu já tenho uma certa idade, o meu coração está coberto de gordura (e recuso-me a comer aqueles iogurtes que reduzem o colestrol) e se, para a semana, na primeira meia-hora, não estivermos a dar dois secos, planto-me logo em Santa Maria.



26.4.10

Mão-cheia


Tem sido um ano de adjectivação difícil para os jogos do Benfica. A excelência tantas vezes repetida corre o risco de a normalizar. E se é a excelência que queremos normalizada no Benfica, também não nos podemos esquecer que o Diabo está sempre a espreitar atrás da porta (do Dragão). O óptimo nunca deve ser dado como adquirido, apenas como merecido. Por isso, cinco golos contra uns rapazes jeitosos deve ser devidamente valorizado. O ano passado perdemos com o Trofense e encolhemos os ombros à laia de inevitabilidade.
Este ano, fosse um campeonato mais normal, e há muito que seríamos campeões. Com os pontos que vai amealhar o Braga teria sido campeão em quase todos campeonatos da última década.
E quer-me parecer que isso nos custou uma "Euroliga".

Benfica, 5 - Olhanense, 0

19.4.10

O futebol é um jogo, lembram-se?

"Back to basics" é um excelente exercício. E que devíamos utilizar com muito mais frequência em todas as vertentes da vida, por exemplo quando estamos desmotivados no trabalho ("estou muito melhor aqui que no desemprego") ou a reequacionar o casamento ("a Vânia da contabilidade tem umas ricas mamas mas acha o violador de Telheiras um querido"). E também, obviamente, no futebol.
No futebol temos a tendência para racionalizar totalmente. No jogo com a equipadevermelhosediadanacidadedeliverpool lá andou toda a gente a dizer que o Jesus não devia ter posto o Sidnei, que o Paulo Bento espanhol o surpreendeu e mais não sei quê, quando a explicação é recorrer ao "back to basics". E o que o exercício de "back to basics" nos diz é que o futebol é um jogo e que por isso tem uma grande parte de aleatoriedade, que é como quem diz que, como jogo que é, a sorte pesa muito. Ou a falta dela, que é disso que o SLB tem que se queixar nesta edição da Euroliga. Para começar, calharam-nos as duas melhores equipas da competição. Para prosseguir, o cabrão do Torres depois de ter estado lesionado praticamente a época toda, recupera para jogar connosco e depois lesiona-se a seguir. Junte-se a lesão do Saviola e insultemos todos o velho Trap, que nos gastou toda a vaca para aí de três décadas, naquele malfadado título de 2005.
Imaginem a eliminatória com a equipadevermelhosediadanacidadedeliverpool com o Saviola a jogar. Mais: imaginem-na com o Saviola e sem o Torres e digam lá se milhares de gajos não tinham já ligado à Cofidis para pagar a viagem a Hamburgo. Essa é que essa.

Pois é, o futebol não se baseia na sorte, mas tem momentos e normalmente críticos em que não pode passar sem ela.
Com a Académica, ela veio e foi. Veio com aquele herói acidental chamado Weldon, que espetou mais um golo sem saber ler nem escrever. Foi-se com aquele chouriço que comemos. Voltou com mais um golo espetado pelo Weldon (ele que não me leve a mal mas tudo o que ele faz, e especialmente quando acerta na baliza, me parece obra do acaso). E foi-se com mais um golo da Académica, desta vez sem qualquer ressalto, mas com azar: o azar de não jogarmos com um guarda-redes decente. Voltou com as forças magnânimas da sorte a colocarem um passe do Di Maria no caminho de um colega. E foi-se novamente com mais um golo que nos deu um bocadinho de stresse.

E estando hoje imbuído de irracionalidade (segundo a minha mulher estou assim desde sexta-feira, quando comprei um bilhete para a minha filha de 5 anos ir ver o Olhanense, num estádio que deverá estar a abarrotar), digo-vos já: para a semana somos campeões. A única coisa que é preciso é ter sorte.

Académica, 2 - SLB, 3

16.4.10

Uma questão de doping


Isto não pode ser! O Sporting não pode estar a 26 pontos do Benfica. É inaceitável a concorrência desleal. O Benfica, por mais que não queira, joga como se defrontasse o Naval ou Rio Ave, e festeja a vitória do mesmo modo. O Sporting, como sempre, joga a sua final da Liga dos Campeões. Tudo na sua temporada (existência?) é feito em função deste par de partidas anuais.

O que lhes vale é que o Benfica ganha sempre graças aos árbitros, ao relvado, ao tempo, aos túneis, e à reforma do sistema de saúde do Obama. Como boa filial lacaia do demo, nem duas penalidades e uma expulsão perdoadas servem de atenuante. Como bom aluno, aprendeu que a realidade nunca deve ser impedimento para expressar a verborreia que seja.

E a realidade é que até coxos lhes marcamos golos.

Benfica, 2 - Zbórdem, 0

8.4.10

Com três letras apenas se escreve a palavra mãe e com trinta e sete se descreve o jogo de hoje

Jorge Jesus: "Tivemos falta de andamento para o Liverpool"



equipadevermelhosediadanacidadedeliverpool, 4 - SLB, 1

Estás a ganhar, não estavas?

O Benfica está a desenvolver uns traços de maldade que são saudáveis. Isto de praticar apenas o bem e o bom futebol pode tornar-se um pouco monodimensional, e dar pouca espessura dramática ao campeonato.

O Naval, como tal, talvez não o mereça; mas iludir o Inácio, fazê-lo crer que pode vencer o Benfica, a razão da sua existência, e sonegar-lhe tal desiderato é de uma traquinice refrescante.

Nem o onirismo beetliano foi suficiente. David Luiz pensava como marcar Kuyt quando Fábio corria para ele, Quim calculava mentalmente o angulo dos remates de Torres quando se tardou mais um segundo a fazer-se à bola, Javi Garcia colocava-se em campo prevendo os avanços de Gerard, e, quando se deram conta, que chatice, tiveram de jogar um bocadito à Benfica. "Vá lá, não custa nada", vocifrou JJ das linhas. "Tá bem", jogaram eles dentro de campo. E Weldon marcou.

Rebentamos, assim, um avançado por jogo. Colocar a jogar avançados apenas no final da temporada, depois de uma temporada praticamente parados, vai dar nisto; mas nada vale mais de que uma vitoria gloriosa. Serão os nossos bravos da Normandia, nas praias da opressão demoníaca.

Naval, 2 - Benfica, 4

7.4.10

O Anticristo

Jogo à noite, estádio cheio, uns quartos de final de uma prova europeia, um adversário com um historial do tamanho do cadastro do Sócrates. Tudo perfeito. Tudo? Não. Do outro lado, um espanhol pançudo, mostrava mais uma vez ao seu mundo os seus pecados. Imortais e imperdoáveis.

O Liverpool foi daquelas muito poucas equipas que inovaram no futebol. Criaram novos movimentos, assumiram novas posturas, avançaram com novas sistemas tácticos. E ganharam muita coisa e sempre bem. Convido-vos a ver um jogo que invariavelmente passa no ESPN, o Liverpool com os Spurs, de 78 ou 79. Estes tinham uma equipa muito jeitosa. Os outros fazem-me lembrar uma frase do Nastase relativamente ao Borg, quando este estava no auge: "Eu sou um excelente jogador de ténis. O Borg joga outra coisa". E o Liverpool, aquela que jogou contra a equipa muito jeitosa dos Spurs, jogava outra coisa.

Uma das cenas mais deliciosas desse jogo é a cara dos defesas dos Spurs quando vêem as diagonais do Heighway, por exemplo. É que foi esse Liverpool que as inventou. Ou o Dalglish a organizar jogo e depois a aparecer na área. É que foi esse Liverpool que instituiu o apoio do ponta de lança. Ou o McDermot ou o Souness, dois jogadores absolutamente fantásticos, a recuperar bolas na defesa, a passar, com qualquer pé, para qualquer lado, a aparecer na área e a marcar. É que foi o Liverpool que inventou os box-to-box.

Uma equipa com esta história não pode ter uma espécie de Paulo Bento, só que muitissimo melhor remunerado e com um barbeiro um bocadinho mais empenhado, como treinador. Não pode. Este Liverpool é uma piscina de maus fígados, a ver pela cara dos pobres Gerard e El Nino, dois jogadores ao nível dos velhos tempos mas com a motivação da Inês de Medeiros em pagar viagens de avião.
O Benitez transformou uma equipa que eu sempre aplaudi, mesmo quando nos goleou, numa equipa patética. E isto, apesar de termos ganho, e bem, deixou-me triste, irritado e com vontade de vandalizar o El Corte Inglés.

SLB, 2 - equipadevermelhosediadanacidadedeliverpool, 1

1.4.10

Só faltam três jogos

Domingos ficou inconsolável. Ele, que fez tudo o que pode para anular o Benfica. Apesar de colocar o Rodriguez e o Rentería em campo e ver o árbitro perdoar-lhe um penalty (que vale um ponto), Luisão marcou um golo limpo não anulado, algo inesperado e que lhe arruinou a estratégia.

"Oh Porto!", terá pensado, "por esta não estava à espera."

Não temos por hábito ter jogos do título contra o Sp.Braga, e no Benfica a tradição deve ser o que era. Por isso, o jogo do título será contra o Demo. Parece-me apropriado que o festejo do título tenha lugar no antro viscoso e enxofrado. Faz parte das atribuições da equipa do Bem purificar os ares deste país.


Bem, certo será que Bruto Alves, o Gladiador dos Infernos, tentará deixar a sua marca em jogadores gloriosos. Tal como outros energúmenos deixam marcas em monumentos da Humanidade (Pirâmide de Khufu: Tó Manel ama Cátia Andreia 1998; Templo das Inscrições, Palenque: Esta merda até é catita mas a Torre dos Clérigos é mais airosa"), Bruto, também ele, quererá deixar a sua assinatura, feita a alumínio, nas pernas de Saviola, Aimar ou Di Maria.

Marcas de Guerra, bálsamos para a final de Hamburgo.

Benfica, 1 - Braga, 0

29.3.10

O Benfica à Benfica ganhou ao Porto à Porto

Durante a final da Taça da Liga estava em terra estrangeira. E passei regularmente pela RTP Internacional tomando crescente consciência de que i) o jogo não ia mesmo ser transmitido nem sequer uma porcaria de um resumo e ii) Portugal é o Cazaquistão, o que se comprova facilmente pelo incrível número de homens com valentes bigodaças e idosas com dentição francamente incompleta que por lá passam e pelos cenários repletos de plantas e jarras.

Não vi o jogo, portanto. Mas baseando-me nuns relatos que me fizeram - de gente idónea, porque benfiquista, mas parcial, porque benfiquista - tenho a dizer que o Benfica jogou à Benfica e o Porto à Porto. Quer isto dizer que o SLB jogou com garra (mesmo que qb) e o Porto com os pitons. Era mesmo o jogo para o Porto demonstrar que ainda podia jogar à Porto e ganhar. Só que o jogar à Porto passa essencialmente por pé certeiro na perna alheia e árbitro distraído. E como a distracção é bastante menor hoje em dia, o pé tem que bater mais na bola, o que é uma chatice.

Serviu este jogo para demonstrar que um Benfica à Benfica é melhor do que um Porto à Porto, e não só nos planos moral, desportivo e de entretenimento, mas também no plano do resultado.
E isto, meus amigos, representa uma vitoria do futebol. Até os adeptos do porto deveriam estar satisfeitos.

SLB, 3 - porto, 0

23.3.10

22.3.10

Ubíquo


O Benfica, o verdadeiro, tem de ser quase ubíquo. E de uma ubiquidade exemplar. Taça da Liga, Euroliga, Campeonato, e Taça. Distraiu-se aqui. Para o ano melhoraremos, tal como de um jogo contra o Marselha para outro. Não há cá deitar culpas para outros. Enfrentamos os nossos erros e melhoramos.


Outros acham que o truque é vender jogadores, comprar outros semelhantes, acossar ilegalmente os adversários no campo e controlar uns certos e determinados indivíduos fora dele, para que as coisas funcionem. A equipa não domina, a culpa é dos árbitros que não nos favorecem; a equipa não tem fio de jogo, a culpa é do Jesualdo e não da venda de jogadores chave, sem que os árbitros estejam devidamente assegurados; somos esmagados na Champions, a culpa é da temperatura e dos jogos em catadupa; o Hulk é suspenso, a culpa é do assistente que o provocou; perdemos a taça da liga, a culpa é de ser no Algarve; partimos vidros nos autocarros dos outros, a culpa é dos motoristas que colocaram as viaturas não à frente da baliza mas na rota de intercepção das bonitas trajectórias elípticas de pedras da calçada lançadas ao acaso. São satélites, Senhor. São satélites.


Nós melhoramos, e crescemos. Não ganhamos tudo, mas procuramos ganhar tudo.

A jogar futebol. Que é como deveria ser sempre.


Nacional, 0 – Benfica, 1

13.3.10

A mão de Mantorras

Deschamps foi um daqueles jogadores franceses baixinhos muito irritantes, na senda do Giresse. Juntar francês com irritante é redundância, eu sei, mas já o baixinho puxa pelo advérbio antes do adjectivo.

Mas era bom. Aliás, o mais irritantes nos irritantes franceses é que os tipos são bons em muita coisa, como fazer comida, criar gajas e jogar futebol. O Deschamps não me parece ser gajo que saiba estrelar um ovo e não tem focinho que permita descendência bela, mas era bom jogador e é bom treinador, facto que não será certamente alheio à sua passagem, como jogador e treinador, pelo Calcio.


E foi assim um bocado chato, para mim, apanhar com o Marselha do Deschamps. Isto porque, depois de ter largado um post de assumpção do Jesus (o Jorge) como meu Senhor, eis que o anão gaulês lhe dá um banho táctico. E um banho de imersão, ainda por cima.

Não vou aqui dissecar tecnicamente sobre o banho porque não só não me pagam para isto, como ainda estou a tentar que o meu cérebro me impeça de lançar uma petição pública para reeleger o Santana Lopes como Primeiro Ministro e está a ser difícil.

Vou só aqui expressar duas coisas:
- a primeira é que o Santana Lopes é o maior e que a vida devia ser um longo congresso do PSD ( desculpem, está mesmo a ser difícil evitar isto).
a verdadeira primeira é que o Di, lá está, ainda tem, a não ser que vá para o Manchester certo, um futuro de relativa banalidade, intercalada com uns lampejos de arte, concedo;
a segunda é que o Deschamps vai jogar lá como cá.

Daí que, como o Vata está velho, apelo ao Senhor Jesus (o Jorge) que convoque o Mantorras, porque vamos precisar de um factor algo para o sobrenatural para passar esta eliminatória.
E viva o PPD/PSD.

SLB, 1 - Marselha, 1

8.3.10

O Muro e o Móveis

Entre o pobre cliché de pedras derrubadas e madeiras erguidas, o Benfica acaba com ideias feitas e faz-nos regressar para onde os nossos anti nos mandam frequentemente, para a RTP-Memória. É que esta forma categórica de vencer parece ter saído daí, daqueles Benfica-Farense de 1992 que passam quintas à tarde. Curiosamente, também é para aí que os adversários do Benfica querem que os seus jogos sejam esquecidos, ainda que com cores mais vivas e em Alta Definição.

É bem verdade que, desde que cheguei à idade adulta (na qual me encontro, ainda hoje, apenas tecnicamente), que as vitórias têm sido injustamente escassas na terra do Bem. Porém, não necessito de nenhum familiar de genes matusalescos para me recordar das vitórias pífias da minha agremiação desportiva. Vencedores de oito campeonatos nos últimos cinquenta e dois anos, os Bettencoures têm no quarto, como poster mais recente, o Anastácio do Leão da Estrela, essa bela obra de ficção que conta histórias de um zbortém vitorioso.

Nada como um exemplo próximo (física, e espiritualmente; pois não nos esqueçamos que o zbortém foi fundado por ex-membros trapaceiros do clube do Bem) para nos pormos à coca e evitar erros alheios. A nossa provação, como é, já tem sido demais.

Não queremos glórias da década de quarenta como heróis (os que temos da de sessenta são super-heróis, maiores do que o mundo e o tempo, tal como o conhecemos). Queremos que este ano seja apenas o início; o início de um longo período em que o pêndulo do tempo pende para o lado do Bem.

Aí chegado, há que cortar-lhe o fio.

Benfica, 7 - Os Outros (Hertha/Paços), 1



2.3.10

E eles levantaram-se e andaram

Converti-me. Questionei, duvidei, resisti mas vi a luz. Jesus é o meu profeta.

Para além de ser um treinador que assume a táctica como algo flexível e determinante e que domina o futebolês (mesmo espancando dramaticamente a gramática) em absoluto, Jesus tem aquela qualidade que distingue os treinadores com sorte dos treinadores com arte: melhora os jogadores.

É uma qualidade rara e pouco notada, se não pouco apreciada, e que se sustenta em adorar futebol e, consequentemente, em adorar bons jogadores.

Por exemplo, Paulo Bento nunca será um grande treinador. Porque detesta bons jogadores e apenas suporta jogadores domesticados. Por isso, queimou jogadores de estimável potencial, como Vucevic, Veloso e até Moutinho, porque não teve, e não tem, arte para os melhorar, refugiando-se num papel de professor primário que não é capaz de incutir na sua aula o mínimo gosto por aprender, limitando-se a impingir meia dúzia de lições a decorar, encostando os alunos que torcem o nariz a um canto, com orelhas de burro.
Grandes treinadores transformam pedras em pão. Mourinho agarrou em jogadores com bilhetes só de ida para a banalidade e transformou-os, nem que fosse apenas em alguns momentos, em bons, grandes ou mesmo excepcionais jogadores. Ricardo Carvalho, Nuno Valente, Maniche, Joe Cole, Drogba, são alguns desses. Eriksson, anos antes, fez isso com Stromberg, Carlos Manuel ou o fdp.

E Jesus, em apenas alguns meses, já o fez, com, por exemplo, Coentrão, David Luiz, Di Maria e até o Saviola.

Fazer isto, repito, implica gostar muito de futebol e de bons jogadores. E há muitos, muitos anos que não gostávamos tanto dos nossos jogadores e do nosso futebol.
E isto é mérito, em absoluto, do nosso profeta.

Amén.

Leixões, 0 - SLB, 4



22.2.10

As inovações do Demo B


Nunca em futebol se tinha visto uma lebre. Parece, aliás, uma impossibilidade. Porém, o SC Braga, vulgo FC Demo B, está a conseguir instituir esse fenómeno no futebol português. Põem uma boa equipa a jogar, a casa-mãe dá-lhes todo o apoio, até um certo ponto (explica-lhes como se pratica a trapaça, a viscosidade e se queima enxofre para dar cheirinho), e depois, na altura certa, com um bom trabalho sujo já feito, manda que travem um bocadinho. E o lacaio trava.


Entre as jogadas coordenadas nos túneis, os comunicados dizendo que o Benfica estava a ser beneficiado porque lhe aplicavam os regulamentos, ou que o preparador-físico do Benfica estava a subornar um seu jogador com uma mala Louis Vitton, tudo é um meio para Saruman servir o seu senhor Sauron.


Sem disfarçar, aparecem no jogo entre eles sem grande vontade de ganhar (eu já tinha avisado: Imagino a tensão dos jogadores numa equipa do Domingos não há Paciência que se arrisquem a jogar bem contra o fóculporto … ). O treinador, “inexplicavelmente”, põe no banco o seu melhor marcador (Meyong), e substituí um central mais rotinado (Leone, também no banco) por Paulão, que fez assim o seu segundo (!) jogo na temporada. Afasta o principal perigo atacante para o Demo, e destabiliza a sua defesa, escancarando os portões ao “adversário”. Como prova da sua eficiente auto-sabotagem, sofre 5 golos num só jogo, quando, nos anteriores 19 jogos, tinha sofrido apenas 8 golos. Touché!


Querem apostar que, contra o Benfica, jogam o Meyong e o Leone…?

A vã glória de (ainda não) ganhar habitualmente

Já passou o tempo de benficar. Não nos afastemos, porém, de hábitos germânicos, saudavelmente constrangedores e repressores para os demais. Façamos do futebol "...a game for 22 people that run around, play the ball, and one referee who makes a slew of mistakes, and in the end Benfica always wins", porque nisso estamos ainda a falhar. Verdade, verdadinha, é que o mínimo que se pede é uma vitoriazinha contra o último classificado da Alemanha.


Dizem que a Liga Europa não é prioridade, mas, c'o Diabo, quero ver o Marselha por cá. Ainda para mais, estas conversas de que a época é longa e o catano já cheira a demasiadas desculpas. O nosso campeonato é pequeno e não tem a exigência dos de outras paragens.


A vitória é um bom hábito, daqueles que gosta de se manter, e que nunca nos deve fartar.


Quando estamos numa casa em que as vitórias se resumiam a vagas memórias não a devemos dar por adquiridas. Confesso que a recente ausência de um certo drive para vencer já apoquenta. Este instinto tão benfiquista e nobre (passe a redundância) de respeitar os outros e querer dar-lhes uma oportunidade, molesta. Isto é marcar o golo do Setúbal (Vitória, perdão) e do Herta, isto é falhar penalties no último minuto, eu sei lá. Já me dão calafrios. Como algumas cenas de certos filmes, em que estamos mesmo a ver que aquilo não vai acabar bem.


Vá lá, deixem-se de merdas. Que tenham abaixamentos de forma ainda é como o outro, mas marcar os golos dos adversários já é demais.



Hertha, 1 - Benfica, 1


18.2.10

Para que vejam como não sou fanático...


Até gostei que tivessem ganho ontem; espero, aliás, que depois de irem a prolongamento e penalties, passem à próxima eliminatória.

Mais...! Domingo até gostaria que quebrassem a espinha ao clube-satélite.

Para a semana, cedo à tentação lagartiana.
Como vêem, é só amor pelos meus adversários.

P.S. O Ruben vê-se mesmo que já era Demonista antes de o ser. Está lá tudo, a viscosidade, a trapaça e o cheiro a enxofre. Ai, se o Glorioso lhes marcasse assim (mas eu gostava...).

16.2.10

A angústia do treinador no momento de escolher o guarda-redes

O jogo com o Belém foi o que foi: ganhámos com um golo em que o Bruno Vale, o puto com mais pinta de guarda-redes que apareceu por cá depois do Vitor Baia, deu um frango inacreditável.
E quanto ao jogo foi isso. Não estou com a mínima paciência para dissertar sobre o cansaço ou a falta de vontade dos nossos lads. Ganhámos, por isso o jogo foi bom, pelo menos para mim, e quem não gostar que veja resumos das épocas passadas.

Hoje apetece-me dissertar sobre a qualidade dos guarda-redes que temos por cá. Que é patética. Eu quando comecei a ver bola, ele havia guarda-redes extraordinários (Bento e Damas, ou melhor, Damas e Bento), guarda-redes muito bons (Fonseca, Tibi) e uma mão cheia de guarda-redes muito jeitosos (Lúcio, Jorge Martins, e até um pequenino que chegou a jogar na Académica).
O puto que referi inicialmente, o Bruno Vale, parece mesmo um guarda-redes muito bom até uma qualquer bola que não venha direitinho à figura e sem qualquer resma de efeito lhe chegue. Aí parece o Teixeira dos Santos com o orçamento, e tudo o surpreende.
E é inacreditável numa nação que consegue produzir regularmente defesas jeitosos, médios brilhantes e médios que de tão brilhantes até conseguem parecer avançados, não consiga, desde o Baia, produzir um guarda-redes mediano. Mediano, sim. Porque o melhor guarda-redes português de longe - assim como o Sócrates está da verdade - é o Quim que é, nos seus melhores dias, mauzinho. O Eduardo, minha nossa senhora, é mau quando é bestial. O Patrício é péssimo numa noite de inspiração. E quando a portugueses estamos conversados, porque se fosse falar do Néreu ainda me parava a digestão.

Mas quanto aos estrangeiros, excepto quando jogam na Luz, em que se tornam uma mescla perfeita entre o Dassaev e o Preud Homme, estamos na mesma. O Helton, para além de jogar de calças de fato de treino - com certeza vai sempre direito ao Continente depois dos jogos - é fraquinho como um Licor Beirão. E os outros fraquinhos são.

Portanto, rapaziada, é verdade que os guarda-redes, desde os tempos da escola, são aqueles que não têm jeito para jogar em mais lado nenhum. Mas porra, arranjem lá um ou outro gajo que consiga parar umas bolas de vez em quando. Se quiserem começar pelo SLB, agradeço.
Precisamos de dois, se fazem o favor.

SLB, 1 - Belém, 0

14.2.10

Já vamos a meio do mês e ainda só nos salvaram dois jogos!


Jesualdo, enquanto vê coisas onde não existem e levanta suspeitas, diz que nunca foi de ver coisas onde não existem ou de levantar suspeitas.

Bruno Alves, por seu lado, insurge-se, dizendo que As arbitragens não têm favorecido nada”.[Neste mês apenas nos beneficiaram contra o Nacional e a Académica!]


Calma, nem tudo mudou, nota-se ainda algo do respeitinho de outrora. Em nenhum momento põem realmente o dedo na ferida, em nenhum momento chamam os bois pelos nomes: há, claramente, um abaixamento de forma do Demo-Mor.


11.2.10

Tenho uma ideia! Por que não começam a jogar para disfarçar?


• 14:09 - PAULO SPORTING CP

Estas arbitragens são o máximo... Inventam um penalti para que o Benfica comece a ganhar os seus jogos, e depois o Benfica marca uns 4 ou 5 golinhos para disfarçar!


10.2.10

Proença providencial

Salvos (outra vez...) pelo Proença.

E Jesualdo admitiu que o Demo é apenas um clube regional:
«Pena é os adeptos estarem a 600 kms dessa final.»

O Benfica não se queixa, onde quer que vá, está sempre rodeado de milhares de adeptos.

9.2.10

Liedson (+9), 1 - Benfica, 4


Is that all that you have...?


Parece que foi porque o árbitro expulsou uma entrada violenta logo aos 5m...o malandro!

Foi o árbitro...


Dizem os sportinguistas...

foi o árbitro que não expulsou o Pedro Silva, que deu um amarelo ao Ramires por LEVAR com um pontapé do Grimi, e assinalou faltas a mergulhos do Liedson e do Moutinho;

(ouvi dizer que foi entrada para vermelho mas que aos 5 minutos de jogo não é para marcar, que o fora-de-jogo mal assinalado ao Pinguinho era o mesmo que um penalty, e que o Luisão ao travar a sua corrida, estorvando o Liedson, deveria ser sancionado). Esqueceram-se da relva.

P.S. Já ouvi vezes sem conta de vozes sportinguistas que "o Everton progrediu muito nos últimos tempos"

Ui, se fosse o Quim a sofrer aquele golo...


Então, para que servem esse centímetros a mais?
Será para esmurrar colegas de equipa?