"Back to basics" é um excelente exercício. E que devíamos utilizar com muito mais frequência em todas as vertentes da vida, por exemplo quando estamos desmotivados no trabalho ("estou muito melhor aqui que no desemprego") ou a reequacionar o casamento ("a Vânia da contabilidade tem umas ricas mamas mas acha o violador de Telheiras um querido"). E também, obviamente, no futebol.
No futebol temos a tendência para racionalizar totalmente. No jogo com a equipadevermelhosediadanacidadedeliverpool lá andou toda a gente a dizer que o Jesus não devia ter posto o Sidnei, que o Paulo Bento espanhol o surpreendeu e mais não sei quê, quando a explicação é recorrer ao "back to basics". E o que o exercício de "back to basics" nos diz é que o futebol é um jogo e que por isso tem uma grande parte de aleatoriedade, que é como quem diz que, como jogo que é, a sorte pesa muito. Ou a falta dela, que é disso que o SLB tem que se queixar nesta edição da Euroliga. Para começar, calharam-nos as duas melhores equipas da competição. Para prosseguir, o cabrão do Torres depois de ter estado lesionado praticamente a época toda, recupera para jogar connosco e depois lesiona-se a seguir. Junte-se a lesão do Saviola e insultemos todos o velho Trap, que nos gastou toda a vaca para aí de três décadas, naquele malfadado título de 2005.
Imaginem a eliminatória com a equipadevermelhosediadanacidadedeliverpool com o Saviola a jogar. Mais: imaginem-na com o Saviola e sem o Torres e digam lá se milhares de gajos não tinham já ligado à Cofidis para pagar a viagem a Hamburgo. Essa é que essa.
Pois é, o futebol não se baseia na sorte, mas tem momentos e normalmente críticos em que não pode passar sem ela.
Com a Académica, ela veio e foi. Veio com aquele herói acidental chamado Weldon, que espetou mais um golo sem saber ler nem escrever. Foi-se com aquele chouriço que comemos. Voltou com mais um golo espetado pelo Weldon (ele que não me leve a mal mas tudo o que ele faz, e especialmente quando acerta na baliza, me parece obra do acaso). E foi-se com mais um golo da Académica, desta vez sem qualquer ressalto, mas com azar: o azar de não jogarmos com um guarda-redes decente. Voltou com as forças magnânimas da sorte a colocarem um passe do Di Maria no caminho de um colega. E foi-se novamente com mais um golo que nos deu um bocadinho de stresse.
E estando hoje imbuído de irracionalidade (segundo a minha mulher estou assim desde sexta-feira, quando comprei um bilhete para a minha filha de 5 anos ir ver o Olhanense, num estádio que deverá estar a abarrotar), digo-vos já: para a semana somos campeões. A única coisa que é preciso é ter sorte.
Académica, 2 - SLB, 3
2 comentários:
Como se costuma dizer, de passagem, queria afirmar que a fina ironia latente nos "escritos" é mesmo à medida do meu gosto!
De local de passagem, passará a local de paragem.
Saudações Benfiquistas!
Obrigado e vai aparecendo. ab Padinha
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