31.1.10

À porrada a eles

Juizes de Fora, acicatados per forças demoníacas, tentaram recuperar tempos non muy distantes, tempos de odores pestilentos e muy grandes ladroages. Hoy una pequena ladroage fue vista en los sagrados espaços de la catedral, pero la força del bem, de artes mayores, fez perder tales portucalenses propósitos.

Muy contentamento outorgou al meu coraçon la peleja de hoy. Pouco maçante se descerrou, con unas paucas artes saltimbancas hermanas del eficaz uso de las armas.

El clérigo de nuestro culto, que tende la porteria como su altar, muy espuriamente castigado per vozes próprias, una vez mays nos ha salvado com eficazes saltos.
Pequenos guerreiros inimicos, de nossa pauca consideraçõ, relembram q non son los miseraueles q las mismas voces gloriosas dizem ser.

Novos guerreiros vestiram nuestro glorioso ataviamento y se juntan, assim, a nuestra benfazeja misson de poner final a la mingua de títulos, de nós roubados per ladroages demoniacas, nuestras próprias apocalipticas deciçons, y predileçon per capitons de guerra de infesta índole.


Hay que pelejar duramente contra las gentes D'Entre Douro e Miño, muy amigadas de las gentes demoniacas, pero la victoria será de los justos.


Futuro Campeão de Portugal, 3 - V. Cuna da naçión, 1

30.1.10

O Benfica continua a ser levado ao colo


Na Choupana, mais umas decisões à "velhos tempos" a beneficiar o Demo.

Na Luz, um penalty contra Guimarães por assinalar (e dúvidas quanto a um segundo) e duas expulsões vimaranenses por concretizar.

Em tempos de domínio pleno do Demo, a isto se juntaria um penalty inventado contra o Benfica, e uma ou duas expulsões sacadas de bolsos Guímaros, Calheiros e afins.

A falta de pudor demoníaca é que segue igual.

É que não servem para nada!

25.1.10

Parem lá com os túneles, pá!

Hoje apetece-me iniciar este post replicando um grito ouvido há muitos anos: "Parem lá com os túneles, pá!" (quem me contou esta cena acho que foi o Tó Portela, que a presenciou num jogo de juniores do SLB - parece que os nossos miúdos andavam a exagerar no bailareco que estavam a dar aos outros).

A razão deste grito, nesta altura, tem a ver com o raio da implicação que os portugueses têm com os "túneles". Primeiro, foi com o túnel do Santana, lá aquele tipo que se gosta de anunciar como Zé, embora até mereça o nosso apreço pelo barrete que enfiou aos esquerdalhos betos. Agora é com o túnel do SLB.

Há coisas, e mesmo sabendo que a hipocrisia corre paralelamente com a estupidez, tendendo, por isso, para o infinito, que não se percebem, e uma delas é esta nova obsessão dos portistas com o túnel do SLB. Queixam-se de insultos - ui! - e empurrões - oh!. Mas vamos lá ver: comparando o que se passa no túnel do SLB com o que já se passou no túnel do estádio nas Antas, é como comparar o metro de Lisboa com o metro de Tóquio. E demonstra que, de facto, o porto já não é o que era, pois que os contentores de jogadores que o Pinto da Costa importou nas ultimas épocas não têm a - como hei-de dizer? - mescla - mescla é uma boa palavra - de agressividade, boçalidade e capacidade de gerar e expelir saliva que há uns anos caracterizava o jogador médio do porto. Com um Paulinho Santos ou um Jorge Costa haveria steward que não saísse do túnel do SLB acamado e embebido numa mistura de sangue e cuspo? Nem o Jackie Steward (eu sei, a piada é horrível, mas é segunda-feira, give me a break).

O que é certo é que lá pelas Antas a coisa está muito diferente e até o Bruno Alves - último espécimen digno dos seus antecessores - já tem um corte de cabelo que o faz parecer quase (friso o quase) um ser humano.

Ora, isto representa um rombo na cultura portista, porque não há cultura sem artistas. E numa cultura de porradaria da grossa e cuspidela da densa, não é com estes meninos que até cumprimentam os adversários no fim e - pasme-se - os árbitros, que a cultura se prolongará.
O porto está, claramente, em crise.

Quanto a nós, estamos bem muito obrigado. Há sempre aquela gajada que começa por dizer que ganhámos mas não jogámos nada e logo a seguir pergunta - fatalmente como o destino - se vimos jogar o Barcelona.

Pois não jogamos como o Barcelona, pois claro que não e ainda bem. Para já, e isto, eu sei, é uma opinião muito, mas mesmo muito pessoal da minha pessoa, o Barcelona irrita-me. O Barcelona, em parte, joga exactamente como todas as equipas portuguesas jogavam(com excepção do SLB e com excepção do início do período negro, aquele em que o Valdo jogou). Toca aqui, toca para ali, passa aqui, passa para ali, aquilo que tecnicamente se designa por - abrir aspas - "fazer punhetas à bola" - fechar aspas.
Nesses tempos de 80, especialmente na selecção, perdia-se com qualquer merda de equipa. Qualquer uma. Perdíamos mas dávamos um granda baile. Isso é que a malta se justificava com isso. A coisa tornou-se tão ridícula que até os portistas mandaram fazer uma réplica da Taça
das Taças que perderam contra a Juventus (e bem), porque perderam mas lá deram o seu granda baile.
E o que me irrita, profundamente, no Barcelona? É o estar a legitimar os bailes. Quando qualquer gajo me vinha falar das equipas do bailareco, eu tinha sempre com que contrapor - "o Brasil de 82? Grandes bailes? Eh pá, os italianos é que deram baile, pá".
Agora com estes anões do Barcelona - o Xavi, o Iniesta, o Pedro, o Messi e o catano - digo o quê? "Ah, deram baile mas só ganharam 4 a zero". Não posso.

São uma praga esses gajos e estão a acabar com o futebol. Qualquer dia só se quer ver futebol do bailareco e depois? Ficamos como os putos que ficam tristes por ter uma pista "Speedway" enquanto o puto vizinho rico tem uma "Scalextric"?

Deixem lá o nosso SLB a jogar com eficácia (ah, como eu gosto desta palavra) e a ganhar os jogos assim meio à rasca, até porque não temos dinheiro para comprar uma "Scalextric".

E vão ver que é com eficácia (já vos disse como gosto desta palavra?) que se constroem os "túneles" para as vitórias.

R.Ave, 1 - SLB, 2

21.1.10

We can always trust Sá Pinto


Porque nunca é demais dizê-lo:
Obrigado, Sá Pinto

20.1.10

Passatempo OSP


Complete a seguinte frase, utilizando a caixa de comentários ou através de link a este post:
"Um portista queixar-se de arbitragens é como __________ queixar-se de ________ ".

Um exemplo (assim para o infantil, mas um exemplo): "Um portista queixar-se de arbitragens é como um elefante queixar-se da mulher estar de trombas"

O autor da melhor proposta ganhará um fim-de-semana no país que quiser, no hotel que escolher (mínimo 5 estrelas, não queremos cá pindéricos). A factura deverá ser enviada ao Jornal Sol, ao cuidado do Senhor Director, juntamente com um DVD das "Recordações da Casa Amarela". O pagamento é efectuado por cheque (do BCP, claro).

18.1.10

No futebol, quando falamos para um companheiro, não dizemos 'meu amor' ou 'por gentileza faz falta'*

Quando era miúdo, conhecia mal mas mesmo mal o corpo humano. Por exemplo, eu achava que os "pipis" ficavam logo a seguir aos umbigos das senhoras. E achava isto por causa de um poster que o meu irmão tinha atrás da porta, com uma senhora com uma púbis que faria delirar o José António Saraiva. Ora, eu, naturalmente, achava que o "pipi" da senhora ficava por detrás daquela pelaria toda. E confirmei esta ideia depois de ter visto um filme do leste (ah, os filmes durante o PREC), em que um casal de camponeses fazia "o amor" em pé, encostado a uma parede de um celeiro. Pois se estavam em pé a fazer aquilo, pois que eu achei que o "pipi" da senhora lá estaria no sitio que achava que a senhora do poster tinha, que era o sitio que ma parecia que daria mais jeito para fazer aquilo naquela posição.
Só uns tempos depois, em que espreitei a projecção de um filme que um amigo do meu pai trouxe, no belo do super8, lá vi uma senhora com o "pipi" a descoberto e que ficava um bocadinho mais abaixo do que eu pensava. Por momentos, ainda pensei que aquela senhora poderia ter um problema físico qualquer. Sabia lá eu, até porque tive um colega na escola que me garantiu que as chinesas tinham os "pipis" atravessados e eu acreditei. E aquela senhora, que me parecia sueca, também poderia ter o seu problema. Mas lá para a quarta senhora que apareceu no filme, comecei a crer que realmente os "pipis" ficavam noutro sitio.
Contudo, como nenhuma senhora chinesa apareceu no filme, continuei a acreditar no que me disse o meu colega. E só percebi - eu e o Bispo de Braga - que o puto era um tangas quando vi o Império dos Sentidos.

Já quanto a palavrões, bom, meus amigos, com uns 7 anos já era licenciado (e daquelas licenciaturas de 5 anos, não estas mariquices de Bolonha). Fazia só uma pequena confusão entre um palavrão que se refere a uma acção com a mão e outra acção que se faz com a boca, mas o meu pai esclareceu-me. E tornei-me doutorado em linguajar vernáculo.

Como grande parte dos árbitros portugueses são rapaziada da minha idade, mais coisa menos coisa, estou a constatar que o desconhecimento do corpo humano é geracional. Só que no caso de alguns, com um desconhecimento bastante mais profundo do que o meu. Alguns não sabem o que é algo tão elementar como uma mão. "O que é isto?", perguntam-lhes, enquanto tocam na cara. "É uma mão!", respondem eles. "Não, minha besta. E isto, o que é?", voltam a perguntar, desta vez batendo no peito. "É outra mão!".

Ora bem, o que é que isto dá? Erros de análise, obviamente, que dão origem a expulsões, ainda por cima. E tudo por causa de uma educação deficiente.

Já quanto aos palavrões, o João Ferreira, com apenas mais 2 anos que eu, pois que os domina. Sabe todos, como eu sei. E daí que o gajo do Marítimo com nome de supositório não teve a mínima hipótese.

Curioso é o facto de o tal gajo do Marítimo com nome de supositório ter sido o primeiro jogador expulso no campeonato português por insultos ao árbitro, desde que o Coroado expulsou o Caniggia. Se bem que, neste caso, como se devem lembrar, o Caniggia não disse nada, só pensou.

Quanto ao jogo propriamente dito com o Marítimo, só vi dois golos, entre banhos e mudanças de fraldas. No do Maxi, o Di Maria fez uma jogada fantástica. E devo-vos dizer que nunca pensei em juntar "Di Maria" e "fantástica" na mesma frase.


Mais de resto, como os comentadores pagos costumam dizer, foi um jogo sem história. Já quanto aos árbitros dos últimos jogos no estádio nas Antas (não está errado, não, eu escrevi "nas" e não "das"), pelo amor de Eusébio inscrevam os homens no Novas Oportunidades. Não para saberem onde ficam os "pipis" (o Reinaldo Teles já lhe deve ter dados os meios para eles perceberem isso) mas para saberem que mãos só há duas e que não ficam no meio da cara, nem no peito.

Marítimo, 0 - SLB, 5

* o autor desta frase é o gajo do Marítimo com nome de supositório

Mais arraial


Muy grandes cuidados houve ter en peleja t~ bençoada per Deos en águas. El exercito del muy nobre Rui Costa, y inspirado XPTO, jorge de su nome, lançou à peleja sus mellhores guerreiros; que fatigados per sus esforzados trabalhos, neste esperançoso ano da graça de Deos, temerosos se revelaram, lentos y de sorumbático semblante se apresentaram en terras de tan temidos bárbaros. Um natural orgulho ascendeu a su anima al terminar su peleja, que per su triste saque y pilhaje pouca brasa acendeu en sus coraçons. Poca escusa será, pois todas las pelejas en que las aguias contendem son nobres de intençon. Dias hauerá en que otros guerreiros, que non los melhores,menos lastimados per las agruras de este anno, peleran con ganas extraordinarias.

V. Cuna da naçión, 1 - Futuro Campeão de Portugal, 1

17.1.10

Ser do Demo é...



Marcar o golo com a mão, fazer expulsar um adversário que joga a bola com o peito, e dizer que foi roubado e que em caso de dúvidas o Demo é sempre prejudicado.

10.1.10

Nas Antas isto dá expulsão (se se for adversário do Demo)


Como se vê, a tradição ainda é o que era.

O fim do longo 7 a 1

Tornei-me sócio do SLB aos 13 anos. Mas só me tornei verdadeiramente benfiquista mais tarde. Na altura em que recebi - com inesquecível emoção, é verdade - o cartão em casa, tudo era luz: goleadas, dobradinhas, bicampeonatos e até uma final europeia. Era, por isso, fácil ser do SLB.

Até que veio o primeiro e último Sporting-SLB que verei in loco na vida, o de 14 de Dezembro de 1986. Foi nesse dia que sofri a minha maior humilhação. E não foi por ter perdido por sete, nem tão pouco por ter ido de autocarro para Algés rodeado de lagartos que gritaram, incessantemente, "festival". Não. Foi por ter visto tipos que alegadamente eram do meu clube, a queimar cachecóis e bandeiras encarnadas. Ainda hoje tenho vontade de entregar um requerimento na Assembleia da República para identificar esses bandalhos e confrontar esses agora quarentões com aquele acto infame. Só de pensar que essa gentalha deverá ter filhos e os estará a "educar", fico ainda mais preocupado com o futuro deste país.
Mas adiante: essa humilhação fez-me sentir uma estranha fé. A fé de que iríamos ultrapassar, rapidamente e em grande, aquele conjunto de situações historicamente negativas.
No jogo seguinte, uma vitória confrangedora com o Braga. Mas a fé manteve-se para o jogo seguinte: com o Porto. E um Porto que iria ser campeão europeu nessa época. Tinha Futre - e para quem não saiba ou o queira ignorar, o melhor jogador português de todos os tempos depois de Eusébio - André - um jogador extraordinário - o Madjer, o Gomes, e mais uns quantos. Ah, e os árbitros, em força.

O SLB, para esse jogo, contou com os inenarráveis Edmundo e Wando, o tosco e inexperiente Tueba, um Shéu já em ritmo de reforma, o verdadeiro lento Dito, enfim, uma equipa que só tinha talento na cabeça de Rui Águas e nos pés preguiçosos do Diamantino.
Na Luz a transbordar, sentia-se essa mística, o sentimento que os rapazes, maioritariamente limitados naquilo que se traduz objectivamente em jogar à bola, iriam abusar da transpiração e ganhar. E no final desse jogo, compreendi, pela primeira vez, o significado de jogar à Benfica. Tivemos os Tuebas, os Nunes e os Edmundos deste mundo a jogar como se lhes tivessem raptado a familia, um Diamantino que decidiu, nesse dia, jogar à bola, e o Rui a recordar o que o pai lhe tinha ensinado na praia.

Superação, Orgulho, Coragem, Dedicação, Transpiração: jogar à Benfica, portanto.

Uns anos depois, e num processo que começou com a chegada do Valdo, o SLB foi perdendo a sua Cultura. E, especialmente, desde o reinado do Artur Jorge, iniciou-se um longo, lento e extremamente doloroso 7 a 1. Um jogo de milhares de minutos, em que a única alegria foi o titulo com o Trap (o equivalente ao golo do Wando na goleada original). Anos de ânsia constante por um momento em que se vislumbrasse uma reacção à Benfica.
Ânsia essa que me pareceu acabar. Senti isso, de facto, no jogo com o Porto.

O jogo foi um verdadeiro espectáculo de transpiração, um jogo à Benfica, o primeiro de anos e anos e anos, com uma equipa de contingência mas com uma capacidade de superação digna da História do SLB.

E no jogo seguinte, uma vitória difícil, mas com uma atitude pragmática, sem aquele folclore das goleadas, e do bailinho, que não tem nada a ver com a nossa Cultura.
Pois é. Passados quase 25 anos começo a sentir aquela mística outra vez. E a fé nestes rapazes, na sua capacidade para terminarem com este longo e doloroso 7 a 1.

SLB, 1 - Porto, 0
Rio Aves, 0 - SLB, 1

8.1.10

Então, compramos demasiados jogadores ou pomos pessoas na Liga?

O Demo-mor ora se queixa, indirectamente, de comprarmos demasiados bons jogadores, ora diz, com lágrima de crocodilo à mistura, que não queremos comprar jogadores mas sim colocar pessoas na Liga.

O Demo-mor, já idoso, que se decida. Parece um pouco baralhado. Deve de ser da falta da frutinha ao deitar.

Queres uma lipoaspiração?



O ano acaba, o ano começa, e vitórias merecidas pingam de forma regular, de forma mais fácil com equipas demoníacas, de forma mais árdua contra equipas sérias. Andamos com a cabeça no ar entre entradas e potenciais saídas, mas, apesar de um ou outro erro de casting, tudo parece encaixar-se num plano estruturado. A estratégia já não é abandonada em virtude de decisões tácticas de curto prazo, e, quase sempre, de curta eficácia. Por exemplo, muito se fala do dinheiro que o Benfica gastou nos últimos anos, mas, possivelmente, as vendas de Di Maria e do David Luís compensarão todos esses gastos.


Adiante, quero esta sensação de vitória comum se mantenha por muito tempo, esta sensação de que quando as coisas correm bem podemos dar espectáculo e ganhar por 4 ou 5, mas que quando correm mal ganhamos por 1. Há coisas aborrecidas que não aborrecem.




Ah, e que os adversários já temem mesmo vir jogar à Luz. Hoje em dia fala-se da Catedral da Luz, ou da Catedral do consumo do Colombo. As grandes catedrais, neste tempo secularizado, são ainda a referência simbólica de muitos. Daqui a uns anos, as grandes estações espaciais, as sofisticadas cidades submarinas deverão ser conhecidas como o Estádio da Luz do espaço, ou o Estádio da Luz dos mares.


É o mínimo.


Benfica, 1 - Nacional, 0