16.2.10

A angústia do treinador no momento de escolher o guarda-redes

O jogo com o Belém foi o que foi: ganhámos com um golo em que o Bruno Vale, o puto com mais pinta de guarda-redes que apareceu por cá depois do Vitor Baia, deu um frango inacreditável.
E quanto ao jogo foi isso. Não estou com a mínima paciência para dissertar sobre o cansaço ou a falta de vontade dos nossos lads. Ganhámos, por isso o jogo foi bom, pelo menos para mim, e quem não gostar que veja resumos das épocas passadas.

Hoje apetece-me dissertar sobre a qualidade dos guarda-redes que temos por cá. Que é patética. Eu quando comecei a ver bola, ele havia guarda-redes extraordinários (Bento e Damas, ou melhor, Damas e Bento), guarda-redes muito bons (Fonseca, Tibi) e uma mão cheia de guarda-redes muito jeitosos (Lúcio, Jorge Martins, e até um pequenino que chegou a jogar na Académica).
O puto que referi inicialmente, o Bruno Vale, parece mesmo um guarda-redes muito bom até uma qualquer bola que não venha direitinho à figura e sem qualquer resma de efeito lhe chegue. Aí parece o Teixeira dos Santos com o orçamento, e tudo o surpreende.
E é inacreditável numa nação que consegue produzir regularmente defesas jeitosos, médios brilhantes e médios que de tão brilhantes até conseguem parecer avançados, não consiga, desde o Baia, produzir um guarda-redes mediano. Mediano, sim. Porque o melhor guarda-redes português de longe - assim como o Sócrates está da verdade - é o Quim que é, nos seus melhores dias, mauzinho. O Eduardo, minha nossa senhora, é mau quando é bestial. O Patrício é péssimo numa noite de inspiração. E quando a portugueses estamos conversados, porque se fosse falar do Néreu ainda me parava a digestão.

Mas quanto aos estrangeiros, excepto quando jogam na Luz, em que se tornam uma mescla perfeita entre o Dassaev e o Preud Homme, estamos na mesma. O Helton, para além de jogar de calças de fato de treino - com certeza vai sempre direito ao Continente depois dos jogos - é fraquinho como um Licor Beirão. E os outros fraquinhos são.

Portanto, rapaziada, é verdade que os guarda-redes, desde os tempos da escola, são aqueles que não têm jeito para jogar em mais lado nenhum. Mas porra, arranjem lá um ou outro gajo que consiga parar umas bolas de vez em quando. Se quiserem começar pelo SLB, agradeço.
Precisamos de dois, se fazem o favor.

SLB, 1 - Belém, 0

Sem comentários: