29.2.08

Como antigamente (wishful thinking)

O OSP cresceu a caminhar para a Luz em tardes de Domingos. Também se iniciou na álgebra, contando os golos do Benfica que, na altura, eram constantemente referidos no plural e atingiam dimensões próximas da meia dúzia.
Eram os tempos em que as equipas tremiam na Catedral, apesar do forte sol de inverno. Equipas que ostentavam, na sua maioria, o sufixo “ense”.

Farense, Portimonense, Campomaiorense, Tirsense e outras que um qualquer acordo ortográfico varreu completamente da agora Super Liga. Os seus jogadores, quando, quase por absurdo, conseguiam pontuar, eram apelidados de heróis. O OSP recorda um jogo em que o Tirsense (com o seu inevitável sufixo) conseguiu empatar a zero e o seu guarda-redes (um tal de Lúcio, se a memória está certa) saiu do campo em ombros.

A visita do Moreirense à Luz trouxe muita calma ao OSP. Voltavam, por um dia, os tempos em que a pergunta “Como é que ficou o Benfica?”, não duvidava do sinal da equação do jogo. Queria apenas a quantificação da vitória.
Também a não transmissão do jogo em nenhum canal de TV, cena tão abundante no passado como estranha hoje em dia, reforçou o cheiro do tempo antigo.
E quando o OSP foi verificar “Como é que ficou o Benfica?” lá estava um 2 no nosso lado e nada no outro. Como antigamente, parecia.
Aprofundando a informação, os saudosos 20 minutos à Benfica passaram para o fim. Fosse apenas essa a diferença. E quando na cabeça começaram a passar imagens do Bento, Pietra, Humberto, Alves, Chalana, Shéu… e no momento seguinte Luís Filipe, Zoro, Edcarlos, Nuno Assis… o OSP entendeu por bem agarrar no Almanaque do Benfica e recordar, jogo a jogo, toda a época de 1980/81. Antes de se fecharem, os olhos passavam pela vitória na Taça de Portugal ao Sacavenense. 4 a 0 e o sufixo "ense" encharcaram o sono de uma acalorada nostalgia.

(Benfica, 2 – Moreirense, 0)

Sem comentários: