Ainda a respeito do penúltimo texto antes deste (que foi escrito já depois da vitória com o Nápoles, daí o seu carácter semi-hagiográfico), e apesar de o que vai dizer poder alimentar mexericos de acordo com os quais o maior desejo actual do OSP seria um jantar com o Quique Flores, eventualmente à luz de velas (“Por favor, llámame Enrique, OSP”), para que ele explicasse qual a ligação entre o seu contacto com a arte da Lola Flores e a sua concepção do futebol – o OSP também gostaria de abordar a relação desta concepção com o descarte da cultura de massas que o actual sistema de jogo do SLB representa, o que porventura teria de esperar pela sobremesa e café –, o OSP não pode deixar de voltar a notar o contraste entre o Quique Flores e outro mestre do futebolzinho apoiado, neste caso o Fernando Santos, de que se lembrou há pouco.
Há quase dois anos, sem o Luisão, castigado, e com poucos centrais disponíveis, o Fernando Santos não quis meter o David Luiz, então com 19 anos e acabado de chegar à Luz, a titular contra o Aves e preferiu recuar o Katsouranis. “É muito jovem”, “Está há pouco tempo no SLB, não conhece a nossa realidade”, “Ainda lhe prejudicava a carreira, se o jogo lhe corresse mal”, “Rezei a Nosso Senhor Jesus Cristo com a fé que todos me conhecem, mas Ele não me mandou nenhum sinal para que eu pusesse o David na equipa”, “Então e se aquilo corre mal, quem é que paga? É o Nando, pois claro”, terá afirmado então o Fernando Santos. Um mês depois, afirmava mesmo que o David Luiz lhe lembrava o Ricardo Carvalho.
Provando que Deus tem de facto um sentido de humor doentio, o Quique teve de tomar decisão semelhante a apenas 16 km da Vila das Aves, e não hesitou. Depois continuou com os dois teens no centro da defesa contra o Sporting. É um facto: os papa-hóstias são sempre os mais poltrões.
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