28.1.08

Não quero ser azul nem verde nem cinzento

Falando de arrancar os cabelos por causa da arbitragem, e à luz daquele arremedo de imparcialidade de sábado à noite, será finalmente possível que a profissão militar deixe de ser emparelhada com tudo o que é qualidade moral e ética? (O objectivo dos militares é matar e aleijar gente, pessoal.) O João Ferreira é oficial do exército, e nem por isso o desempenho dele em Guimarães deixou de ser uma merda que de tão merdosa já parecia premeditada. O Obrigadosápinto tem, contudo, certeza de que não o foi, foi tão-somente mais uma prova de que este árbitro não é lá grande espingarda.* O João Ferreira pode ser sério, o.k., mas isso não se deverá ao facto de ser militar.

O Pedro Henriques, por exemplo, só marca 31,33% das faltas que acontecem nos jogos dele e, bem de acordo com a tradição marcial, só expulsa um jogador se a falta cometida, invariavelmente a pés juntos, envolver arrancamento, mas por ser major é o maior para a comunicação social.** Se ele fosse um mecânico mentireiro ou um merceeiro matarruano em vez de major,*** seria visto como uma espécie de Jacinto Paixão, se bem que de poderoso caparro.

O Hitler também foi soldado, pessoal, e por cada Elias Grodin há sempre 3,7 Bob Barnes, por isso o Obrigadosápinto aconselha calma a quem diz que os militares fazem bons árbitros por deles emanar uma aura de autoridade natural.

* Ah, o regresso da pavorosa metáfora obrigadosápíntica.
** Péssima, esta aliteração, até para o Obrigadosápinto.
*** Melhores, estas.

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