25.2.09

Desprezo por Dumas

O David Luiz, no passado sábado, foi o BPN: ninguém percebeu muito bem o que se passou, mas foi um enorme buraco.
E custa bater no puto, apesar do cabelo (passe o eufemismo), porque, há dois anos, este mesmo puto parecia vir a ser, finalmente, um sucessor dos excelentes centrais brasileiros que o SLB teve, em tempos, a sorte de arranjar (nomeadamente, Mozer, Ricardo e Aldair).
E custa ainda mais bater no puto, apesar do cabelo (passe o eufemismo), porque, há apenas uma semana, este mesmo puto teve uma exibição que, em “critiquez”, se designa por irrepreensível.
O que leva então um puto, que mesmo passando de potencial vedeta a jogador jeitoso, a aguentar-se com superioridade perante o Hulk e o Lisandro, e, passado uns dias, a levar nós do Derlei e do Pereirinha?
Pois, um dia tentaremos encontrar explicação para isto. Mas o que nos interessa mais agora é denunciar a farsa do jogo realizado pelo SLB.
Farsa, porque é suposto que seja um jogo colectivo. Somos constantemente encharcados de discursos mais pró-colectivistas que um congresso do PCP. Ele é o “grupo”, a “união”, a “solidariedade”, e vamos a ver e um tipo, apenas um tipo, 9% da equipa, decide tudo.
Ou não?
O que se passou no jogo de sábado foi que um tipo estava numa noite bastante má. Deitou-se jogador do SLB e acordou jogador do Inatel. E isto até pode acontecer. O que não pode acontecer é que 91% da equipa se esteja a cagar para isso. Quantas vezes é que o David Luiz teve ajuda? Zero, certo? Não é suposto um flanco ter mais do que um gajo, especialmente quando há mais do que um gajo do outro lado?
Mas não. Por isso, custa realmente bater no puto, apesar do cabelo (passe o eufemismo), porque o puto, porque puto é, não sabia que, afinal, a sua equipa não pratica um jogo colectivo: é uma linha de montagem em que cada um tem a sua tarefa. E, se algum falhar a sua tarefa, o produto final sai estragado.

Esta equipa do SLB despreza a divisa do clube, a divisa dos mosqueteiros de Dumas. E, no sábado, esta realidade tornou-se mais visível porque, ainda por cima, os outros é que tinham o D'Artagnan.

Sporting, 3 – Benfica, 2

3 comentários:

Diego Armés disse...

Cof cof... Err... não querendo armar-me em Artur Jorge, é altura de esclarecermos definitivamente o sugnificado de "E pluribus unum". Está longe de ser o lema dos Mosqueteiros, meus amigos - é mito essa treta do "um por todos, todos por um". Significa tão somente "e de muitos, um" e alude à união do Sport Lisboa ao Clube de Benfica (é inspirado no mote da união das 13 colónias independentes que dão origem aos Estados Unidos da América). Mais: nessa noite, as 14 alminhas que, envergando a Digníssima, pisaram o ervado dos excursionistas, fizeram uso do mote - "e pluribus, unum", eram muitos e, por eles, teve origem um... desastre.

Pronto, podem chamar o Sá Pinto...

mago disse...

O David Luiz nesse jogo não passou mesmo de um "Sideshow Bob"... E o Diego tem razão no apontamento que fez.

De resto, permitam-me endereçar as minhas felicitações por tão digno blog que aqui anda e que tarde descobri, sendo que ainda mais tardei em comentar...

PS - Para quando o tal post sobre "Os génios que não marcam golos"?

Padinha disse...

Diego, de facto o meu dominío de latim está ao nível do dominio de português do Jorge Jesus.
No primeiro exame de Direito, julgava que "Quid juris" significava "calcule os juros" (estava em economia, aproveito para acrescentar.

Mago, esse post - "os génios que não marcam golos" - visa, acima de tudo, fazer justiça.E já sabemos que a justiça em Portugal é muito lenta. Daí que não sei quando é que o escreverei, mas acontecerá, um dia.