Um dos poucos males de o Benfica estar a jogar como está é a extraordinária motivação com que as equipas de menor dimensão o enfrentam. Nos primeiros 20 minutos do jogo de sábado isso foi por demais evidente. O Sporting jogou mais nesse período de tempo de que nos 180 minutos em que partilhou o campo com Sp.Braga e FC Demo. Jogou como a final que era, a final do seu campeonato, o único que realmente lhe importa, o que o opõe ao Glorioso. E, como as coisas andam, empatar em casa com o Benfica foi suficiente para aglomerações no Marquês de Pombal, apitos pela Avenida de Liberdade abaixo e banhos etilizados no Rossio.
Felizmente, Quim defendeu tudo o possível e até um impossível, impedindo os caros seguidores do esquelécticozinho de festejarem como se o troféu da Liga dos Campeões se aconchegasse no seu bafiento museu. Salvou-nos da humilhação de perdermos com o Sporting (quem?!). Como de costume, isso não é suficiente para que certos benfiquistas não deixem de o achar uma bosta de búfalo seca, alegando que ele raramente defende o impossível. Bem, mas masoquistas há em todo o lado.
O que realmente me preocupa é o tempo que ainda falta para Janeiro. A cotação do Di Maria vem por aí abaixo à medida que os jogos passam; a não ser que os tipos do City sejam tão burros a comprar quanto ele jogar, nesse caso já não estarei tão preocupado. As decisões erráticas de Di Maria, para muitos o motor deste Benfica renovado, são o equivalente futebolístico das leis do caos da física, só que mais imprevisíveis. Não me interpretem mal, eu até aprecio o jogador, principalmente se o vendermos por €40 milhões.
Mas também há umas coisas a dizer sobre jogadores do outro lado. Alguns de nós, refugiados em Londres para assistir a modalidades desportivas mais dignas de Caco Antibes, não puderam deleitar-se com verdadeiras pérolas, tais como a versatilidade de Polga, jogador de vastos recursos, ainda que nenhum deles futebolístico.
Uma vez que isto no futebol não lhe corre muito bem, apresentou a sua candidatura para ponta-direita da equipa de andebol, ao fazer um belo bloco a um remate na zona dos nove metros. Isto foi só o Paulo Bento deixar o clube e é ver as misturas de modalidades que tanto lhe desagradavam a ressurgir . Só que ser-se eclético no Sporting é fazer muitas coisas e nenhuma delas bem. Sugiro-lhes, por isso, que pratiquem menos modalidades. Serão maus em menos coisas.Ah, e parabéns pela vitória no campeonato.
Sporting, 0 – Benfica, 0
3 comentários:
Sou a dizer que não me revejo nesse grupo de infiéis em que para eles só interessa ganhar ao Benfica e ficar à frente do Benfica. Aliás, se reflectirmos um pouco, o facto de termos ficado à frente da lampionagem nos últimos anos foi-nos altamente prejudicial. Mas alguém acredita que o PB se aguentava por lá 2 anos que fossem se tem ficado atrás do Benfica? Obviamente que não…
Já para não falar de que se tivéssemos ficado atrás dos lampiões (e consequentemente falhado a Champions) escusávamo-nos a sofrer goleadas históricas nesta competição…
Só desvantagens, portanto…
Por isso, ganhar ao Benfica? É mau agouro… Ou bem que é para ser campeões e aí vale a pena ou então nada feito… Claramente sobrevalorizado…
Não fora este blogue ser-me tão caro, não tanto pelas preferências clubísticas irracionalmente alardeadas, mais pelo título que lhe alberga os conteúdos, diria que estamos em presença de um expiar das tristezas dos últimos 4 anos. Todo o conteúdo descrito neste post aplica-se com perfeição ao propalado benfiquismo ecuménico. Olhe que sim, olhe que sim.
Abraço,
António
http://bolaseletras.blogs.sapo.pt/
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