Ah, e parabéns pela vitória no campeonato.
Sporting, 0 – Benfica, 0
Tempos houve em que as conquistas se faziam através de um Blitzkrieg. Tempos, no que ao Benfica diz respeito, que são bem recentes. Levamos as nossas brigadas muito móveis, bombardeamos, baleamos e baionetamos com afinco, e, depois, abrandamos ligeiramente; apenas para Blitzkriegar um pouco mais tarde. Aliás, pensando bem, os nossos jogos têm sido um Blitzkrieg constante, o que contraria o significado do conceito. Talvez no Instituto de Altos Estudos Militares se teça um novo instrumento teórico para as artes da guerra, o "Benficar". Pelo menos justificariam, de algum modo, as mordomias e luxuosas instalações de Pedrouços.
Nada disto se passou com a Naval, porém. Foi preciso alambar com a enxada e começar a escaqueirar o muro que o lagarto da Figueira construiu em frente do francês irredutível, mas sem bigode, que guardava as redes destes pescadores betinhos. E olhem que aquilo foi coisa para hora e meia de uf and puf, investir pela esquerda, acometer pela direita, arremeter pelo centro, e apenas com o redobrado empenho no investir (pela esquerda, como o verbo indica) é que o Javi Garcia arremeteu (pelo…? ….. Muito bem!) e nos colocou no nosso lugar: o primeiro. Bem, mais ou menos no primeiro, ainda assim cinco pontos à frente dos que interessam (esperemos).
Não foi dia para "Benficar", mas para uf and puf. Muitos outros dias destes virão, alguns em que mesmo o uf and puf não será suficiente, haverá dias em que a água não terá tempo para furar a pedra. Contudo, sabemos que este ano, mesmo que o "Benficar" não funcione, a água nunca deixará de pingar visando furar a insolente pedra.
Benfica, 1 - Naval, 0
«Vêem? Eu não vos disse? Ao 312º teste a sério o Benfica não ia aguentar. Basta jogarem contra o líder do campeonato em sua casa, sofrerem um golo fora de série aos sete minutos de jogo, terem um golo anulado inexplicavelmente, e verem o vosso melhor marcador expulso depois de ter levado duas bofetadas sem que o bofeteador o fosse, para não ganharem. Afinal, este Benfica não vale nada!» Líder do Núcleo Sportinguista de Alpiarça, que vê no relvado e nos árbitros a razão para o Polga não saltar do chão, o Vukcevic correr incompreensivelmente para a bandeirola de canto em todas as jogadas, e o André Marques não saber que existe uma modalidade desportiva chamada futebol.
Esta personalidade do osp acha que isto pode até não ter sido assim tão mau. É uma derrota que diminui a pressão em vez de a aumentar. Todos ficam conscientes de que o Benfica é uma boa equipa, até uma grande equipa, mas não o Milan de Sacchi. E, acontecida a derrota, que tenha sido ali, contra um bom adversário, mas que não é o FC Demo ou o Vila Miséria Clube de Portugal.
Obviamente, também já há benfiquistas que dizem que o golo do H.Viana se deve a falha do Quim, e que um guarda-redes a sério tinha apanhado aquela bola. Já não vale a pena repetir que o único guarda-redes a apanhar aquela bola seria o homem-aranha, e esse não está disponível.
Benfica é águia, aos pardais o que é dos pardais
FC Demo B, 2 – SL Benfica, 0