16.12.08

Sem bandeiras desfraldadas

A bipolaridade benfiquista pode ser um interessante caso psiquiátrico, mas cria uma cadeia de maleitas que desencadeia em discussões de cardiologia. E eu, em geral, não gosto de proto-ataques cardiovasculares. É uma coisa que me chateia.


Porém, é a isso que nos tem levado a observação do Glorioso nestes dias invernosos. Isto quando, no quentinho da nossa poltrona, com a manta pelos joelhos e taça de chá na mão, deveríamos fruir com mais frequência do meu, em vão invocado, rolo compressor. Felizmente, com o Marítimo foi um desses dias. É este o Benfica que nós, os benfiquistas, merecemos. Mas, mais! É este Benfica que o Sporting e o Demo merecem! Máinada!



Mas o Benfica não se fica pelo presentear futebolístico. Toma posições políticas, de justiça, sem proferir uma palavra de ordem, um grito de revolta. Cientes da presença do amigo do Demo na bancada, o indescritível Alberto João, o Benfica demonstrou ser mais eficiente e nobre que José Manuel Coelho. Portou-se como o Jesse Owens dos Barreiros, relembrando aí os Jogos Olímpicos de Berlim de 1936.

Foi um momento de liberdade política e racial. Meia dúzia de golos ante o representante da irredutível ilha que resiste à democracia é um serviço não só aos benfiquistas, mas a toda uma nação de amantes do estado de direito. Se o Benfica é a mais nobre e unânime instituição de Portugal, podemos acreditar que ainda há esperança para o nosso país.

Alberto João, zero - Benfica, seis

P.S. Esta merece ser por extenso

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