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E o Benfica não saltou a tempo. Não podia. Se nem sequer queria estar ali, de olhos esbugalhados e adrenalina a correr pelas veias, como uma rês que antecipa o desfecho da sua visita ao matadouro. A sua sobrevivência foi um milagre, ainda para mais depois daquele golo, que provocou o primeiro sound of inevitability.
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A naturalidade com que ocorreu foi em si arrepiante. Esse momento fez os jogadores(?) do slb esbugalharem ainda mais os olhos, e o odor do medo pairava no ar; era para todos eles evidente (assim como para todos nós) que a anestesia tinha sido dada. Faltava caminhar pelo corredor ensanguentado, escorregando no sangue de outras reses, que tinham estado de olhos menos esbugalhados, até levar o rebite na testa, na antecâmara do estrebuchar final. O carrasco desleixou-se, e, depois da anestesia, pouca mais mossa fez, chegando a permitir à pobre rês a ilusão de uma possível fuga. Displicentemente cruel, deixou-nos a suspirar pelo rancheiro que se segue, na esperança que este descodifique a matriz.
(Belzebu fc 2 - Benfica 0)
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