21.10.09

You can´t always get what you need

O desempenho do SLB de Jesus é anacrónico. Se os jogos fossem às 3 da tarde de domingo, então provar-se-ia, definitivamente, que Einstein tinha razão. E como vivemos num clima de um saudosismo doentio, com pavilhões a encherem-se para ver a Kim Wilde e os Foreigner, não é de estranhar a histeria que acompanha as goleadas frequentes do SLB. Voltámos aos anos 80, portanto.
Essa histeria confirma que eu tenho uma percepção diferente do que é um jogo de futebol da minha equipa, quando comparado com a esmagadora maioria dos outros adeptos do SLB.
Um jogo da minha equipa é uma batalha que eu quero ganhar. Se ganhar com um bocado de baile, com mais do que um golo de diferença, é bónus. Mas no essencial, a alegria pela vitória dos 3-6 em Alvalade e do 1-0 na Luz com o golo de Luisão foi a mesma.
E esta forma de ver os jogos do SLB, acompanha-me praticamente desde que comecei a ver, conscientemente, futebol. Há 25 anos já só ia a jogos com resultado menos previsível, ou seja, com o Porto, Sporting, uma outra equipa que estivesse mais atrevidota (tipo o Guimarães do Cascavel e do Ademir), e competições europeias. E o que então me chocava, era uma porrada de gajos que só iam ver os outros jogos. E justificavam essa atitude com o facto de que nos jogos que eu via, eles ficarem nervosos e assistirem a poucos golos. Em suma, não se divertiam.


Ver um jogo do SLB e divertir-me, é como assistir acordado a um discurso do Ministro das Obras Públicas: é impossível. Se eu me quiser divertir a ver futebol, vejo um qualquer jogo da Premier League ou o Barcelona com o Real Madrid, mas nunca, nunca, um jogo com o SLB, porque há coisas com as quais eu simplesmente não brinco.

Este SLB marca golos, tem umas jogadas giras, diverte. Jesus faz aquilo que a maioria dos adeptos benfiquistas querem. Mas ainda tenho dúvidas se ele vai conseguir fazer aquilo que eles precisam.

Monsanto - 0, SLB - 6

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