22.9.09

Regularização de contas

O que faz de Jesus o melhor treinador que o SLB teve nos últimos nem-quero-pensar-quantos anos? A sua obsessão - como retrata, essa sim, obsessivamente, a imprensa - com tudo o que tem a ver com futebol? Ver todos os jogos de todos os campeonatos? Conhecer todos os jogadores do campeonatos português, brasileiro e eslovaco? Não ter, por tudo isto, vida sexual?
Não, se fosse por isso o Luís Freitas Lobo (que ainda tem menos vida sexual, ou não a tem há mais tempo) seria melhor treinador que ele.

O que faz de Jesus o melhor treinador que o SLB teve nos últimos nem-quero-pensar-quantos anos, é o facto de saber conjugar duas palavrinhas que tão arredias têm andado daquele balneário: senso e comum.

E ter senso e do comum, faz com que cumpra 3 regras basilares para ter sucesso nesta coisa do futebol:
1. Pensar todos os jogos tacticamente. E esta é uma mensagem para os arautos desse neodogma da dinâmica. Portanto, senhores Fernando Santos, Paulo Bento, Peseiro, entre outros, dinâmica e táctica não são conceitos substitutos. E ignorar a táctica em nome da dinâmica é transformar o futebol num jogo de matraquilhos em que só os nossos jogadores é que estão presos aos varões.
2. A táctica (e a tal da dinâmica, se quiserem) é que tem que se adaptar aos jogadores e não o contrário. Isto parece daquelas coisas tão básicas como comer camarões com as mãos. Mas tal como há pessoas que os comem com talheres, também há treinadores que insistem em encaixar peças quadradas num sistema de jogo arredondado, em nome de uma qualquer etiqueta.
3. Dar graxa aos adeptos. Não custa nada mostrar-se hipereléctrico no banco, continuar a atacar quando se está a ganhar e não começar a "controlar o jogo" (outro neodogma) e levar todos os jogadores a bater palminhas no final dos jogos. Afinal, um treinador ainda é pago para satisfazer a gajada que paga bilhetes para os jogos, não é?

Agora, o Jesus demonstra dois handicaps fortes que irão dificultar o caminho para a vitória: a escolha de guarda-redes e os jogos Uefeiros fora.
A contratação do Júlio César e, pior, a sua titularidade em alguns jogos, está perto, muito perto, do ofensivo. O SLB tem um maior espólio de maus guarda-redes do que queremos admitir, mas este tipo é daqueles putos que foi parar à baliza porque nenhum outro puto o escolheria para jogar noutro lado. Tem a vantagem, não completamente dispiciente, de fazer o Quim parecer um bom guarda-redes, mas ainda assim, o Moreira - que deveria processar o SLB por crime contra a humanidade - mete o tal do César a um canto. Pelo menos não é marreco.

Quanto aos jogos fora da tal da Liga Europa, o Jesus tem que perceber melhor o que implica treinar o SLB e não o Braga e o Leiria. Dar bailinhos e perder é perder na mesma. Vitórias morais no SLB valem na mesma zero pontos.

Quantos aos jogos em atraso, vamos lá regularizar as contas:
com o Leiria foi um regresso aos jogos dos anos antigos, com uma equipa a jogar com 5 defesas (há quantos anos é que ninguém nos defrontava assim, meu Eusébio) o que é sinal que o
respeitinho está mesmo de volta; e o Bate foi batido levemente, com uma resposta positiva de Jesus a uma das questões que já tinha levantado (a rotação do plantel); e com o AEK, lá está a história da vitória moral. Tirando o Barcelona, ninguém ganhou nada na Europa, pelo menos há 10 anos, a jogar aquilo que se convencionou por "bem".


U.Leiria, 1 - SLB, 2
SLB, 2 - BATE, 0
AEK, 1 - SLB, 0






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