Já defendi por aqui a permanência de Quique, e mantenho essa defesa, embora não tenha gostado nada daquele tímido "chin up". Se Quique quer imitar o Mourinho, tem que começar por investir num bom sobretudo e nunca, nunca mesmo, ocupar o banco com um fato de treino.
31.5.09
Pois se o Nadal perdeu em Roland Garros
Já defendi por aqui a permanência de Quique, e mantenho essa defesa, embora não tenha gostado nada daquele tímido "chin up". Se Quique quer imitar o Mourinho, tem que começar por investir num bom sobretudo e nunca, nunca mesmo, ocupar o banco com um fato de treino.
19.5.09
Para ganhar
Eu continuo satisfeito com a possível troca. No passado recente, o slb não tem gostado muito de treinadores portugueses. Sempre virado para o mundo, "entugou-se", passou a louvar o que vem de fora em detrimento do que se encontra por cá. É certo que a experiência do homem-vassoura nos traumatizou, e que se de fora veio Skovdahl também veio Eriksson. No entanto, fazer do estrangeiro a panaceia dos nossos males não resultou nada bem; nem o jogo cauteloso como sinal de um conhecimento pragmático, oposto à vontade de jogar para ganhar. Este brilhante pragmatismo táctico deu-nos um título em 15 anos. Ao nível do Boavista. Ser benfiquista é querer ver a equipa jogar para ganhar em todos os campos portugueses.
É só isso que peço.
Braga, 1 - Benfica, 3
13.5.09
O truque é ignorar a dor
Eu, pecador, me confesso: fui do FCP. Por um par de meses apenas, mas fui. Lá por 78 ou 79, influenciado por um vizinho mais velho e ofuscado por dois títulos seguidos, entreguei a minha pueril alma ao demónio. O meu pai, num gesto que nunca deixarei de lhe agradecer, fez-me ver a luz: eu queria uma bola, e o meu pai recusou. Porque bolas, disse ele, eram só para meninos do SLB.
O SLB era, de facto, a luz, neste país cinzento, neste "meu remorso de todos nós". Ao contrário do que muita gente apontava, o SLB era o clube menos português de Portugal. Este era provinciano, pessimista, invejoso, segregador, dependente. O SLB era universal, ambicioso, trabalhador, liberal. Enquanto, em terras africanas, se tentava calar os indígenas, no SLB punha-se uma braçadeira de capitão num negro. Quando os portugueses estendiam a mão, esmolando, a um parolo de Santa Comba Dão, os benfiquistas arregaçavam mangas e construíam um estádio.
Sim, o SLB não era como Portugal. Era como nós gostaríamos que Portugal fosse.
O SLB aportuguesou-se. Os dirigentes do SLB passaram a vender ilusões, como políticos, e os benfiquistas passaram a desejá-las, como eleitores. O defeso passou a ser uma campanha eleitoral, e Aimar, Reyes e Suazo, o TGV e os 150 000 empregos.
Esta época já tinha acabado. Logo após o primeiro jogo com o Trofense. Estes dois últimos jogos não merecem sequer um comentário, porque foram apenas dois sinais aproveitados pelo herdeiro oportunista para desligar a máquina.
Mas foi uma época diferente das anteriores. Foi a época de Rui Costa, o símbolo do SLB iluminado, o exemplo do homem com humildade ambiciosa, o herdeiro da linhagem real de Cosme Damião, Francisco Ferreira, José Aguas e por aí fora.
Mas, afinal, foi um ministro sem pasta. Mais do que também vender ilusões, foi ele próprio uma delas.
O SLB que o meu pai me apresentou "is no more". E, neste contexto, como é que se consegue aguentar ser benfiquista? Só me consigo lembrar do Lawrence da Arábia: "O truque", dizia ele, enquanto apagava um fósforo com a ponta dos dedos, "é ignorar a dor."
Nacional, 3 - SLB, 1
SLB 2, - Trofense, 2
1.5.09
Lesão benfazeja
Somos fruto de um acaso, perdemos e vencemos de acordo com as decisões impostas ao Quique. Se esse leva a sua avante temos um centro-americano aos tombos numa ilha vermelha num mar adversário. Perde-se. Pode ser que se empate. A preguiça e a bela estampa física são recompensadas.
Se, por outro lado, a fortuna (para nós) o atira para uma maca, a exclusão de partes obriga Quique a colocar em jogo alguém que realmente marque golos.
É desnecessário afirmar aqui que Sá Pinto é bafejado com um pouco de admiração benfiquista (quase toda esbanjada numa certa tarde no Mosteiro dos Jerónimos), mas se a fortuna (sempre ela) não o tivesse atirado para o mesmo leito do Suazo, ainda que não necessariamente ao mesmo tempo (para pena do Sá Pinto), em 2000 o nosso eterno-defesa-central-Humberto colocá-lo-ia a jogar, em detrimento de Nuno Gomes, condenando, assim, Portugal a ser eliminado logo na primeira fase. Seguramente, não daríamos início à tradição de eliminar os nossos mais antigos aliados sempre que a fortuna (a marota) os traz às nossas bandas.
Sugiro que o próximo treinador do Benfica seja aquele tipo que parte o braço ao guarda-redes do Fuga para a Vitória.
“Olha, anda cá para eu te partir a rótula e pôr o melhor jogador em campo”
Benfica, 3 - Marítimo, 2